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terça-feira, 1 de março de 2016

SER MÃE, SER TURBILHÃO

Quando me tornei mãe, um frio na barriga, um buraco mesmo era o que sentia. São tantas sensações misturadas, um "bum", tudo de uma vez.
Pensando aqui que a gente tem que dar conta, né? Não adianta dizer que não. Temos obrigatoriamente que dar conta.
Estou com dois filhos, a Malu (5 anos) e o Chicão (recém chegado). Tive a ajuda do meu marido até domingo passado, uma baita ajuda. Ele é pai presente, me ajuda com as medicações do pequeno, troca fralda, dá banho, bota Malu para dormir, leva para cama quando durante a madrugada ela insiste em deitar com a gente, faz almoço, faz janta, passa café. Sou muito agradecida por tê-lo ao meu lado. Mas, querendo ou não me sinto no meio do turbilhão.
Muitos quilos acima do peso, corpo quebrado, leite nos seios, sono constante... Corro para ir ao banheiro, tomo banho pela metade, a cria chora de fome! A Malu chora de manha, chora por atenção, briga para não dormir, briga para tomar banho, para acordar, briga, chora, chora, briga.
Estresse na cabeça, medo pelo pequeno ter que voltar ao hospital, as medicações. Corro com o café, como pela metade, não como. As horas voam, os dias correm!
Malu precisa do almoço, precisa de atenção, Chicão chora, tem fome, precisa trocar as fraldas, ainda tem o banho.
A casa nunca está em ordem, mesmo tentando mantê-la...
Escrevo enquanto o bebê dorme, Malu brinca, canta ao mesmo tempo... espero o marido chegar. Pronto, o dia acabou, ops, não, não acabou! A madrugada ainda vem por aí, acordo para amamentar, sonho em pedaços, tudo fragmentado.
Telefones tocam, nunca os atendo, pessoas querem novidades, querem um pouco de tempo, tempo que eu nunca tenho.




Por Carol Araújo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

UMA MÃE, UM PARTO E O NASCIMENTO DE UM GUERREIRO

Estava eu lá por meados de maio/15, achando que não poderia ter mais filhos, que estaria com endometriose e preocupada com a situação. Semanas depois lá ia eu descobrir que estava grávida novamente, já de 14 semanas! Foi um susto misturado com medo e felicidade. A partir daí resolvi mudar o nome do blog para "Malu não é mais filha única".
Fiz todo o pré-natal da maneira mais adequada possível, fazendo os exames necessários, tomando as vitaminas e atualizando a carteira de vacinação. Tive infecção urinária, o que é comum em muitas gestantes, mas tratando com os medicamentos indicados pelo obstetra.
Sempre senti que estava grávida de menino - foi assim na primeira gestação, quando tive a Malu, sabia que era uma menina, por mais que tivesse dúvidas - e tive muitas dúvidas, também sabia que ele viria antes da hora, não sei porque, mas sabia, vai entender.
A alguns anos atrás, vi um programa falando sobre a Cassia Eller e nele ela chamava o filho pelo apelido "Chicão", achei tão bacana e carinhosa a forma como ela o tratava que guardei lá no fundo da minha cabecinha oca. Mais tarde, já grávida do segundo filho, diante da dúvida do nome, surge essa lembrança à memória, comentei com meu marido o que ele achava do nome Francisco, ele gostou, mas ainda ficamos em dúvida... Aí pensei em Chico Buarque, em Chico XavierSão Francisco de Assis, no Papa Francisco (o melhor Papa de todos) e como uma boa geógrafa que sou no rio São Francisco, rio esse tão importante para nosso país, rio nordestino, me faz lembrar as raízes da minha família. Pronto, estava decidido o nome! Mais para frente, iria eu entender que a escolha desse nome não foi a toa! Nada nessa vida é por acaso, aprendi isso minha gente.
No dia 7 de dezembro de 2015, pela madrugada, comecei a sentir uns incômodos, fiquei atenta. Às 6h da manhã acordei o Matheus avisando que estava com contrações de 10 em 10 minutos e um pouco de dor, decidimos levar a Malu para a escola e de lá ia para o meu obstetra, caso não estivesse bem iria direto para a maternidade que havia escolhido para o parto. Às 7h30 não conseguia mais me levantar, saímos às pressas e no meio do caminho meu marido, desesperado, resolveu não fazer o combinado e paramos direto no Hospital Cruzeiro do Sul, aqui da cidade onde moro. Melhor escolha possível!
Entrei de cadeira de rodas, não conseguia levantar. Fui atendida no PS pela Dra. Eliana, ela fez um exame de toque, minha barriga estava dura, depois procurou o batimento cardíaco do bebê e não encontrou. Correu comigo para fazer um ultra-som, o médico fez um doppler e detectou 80% da placenta descolada (descolamento de placenta) e o pequeno estava sofrendo muito dentro de mim, eu não havia sangrado, meu sangue tinha coagulado. Então ele me disse "Daqui para frente é um milagre mãe". Então eu chorei.
Dra. Eliana correu comigo, não desistiu, dentro do elevador me trocaram e me levaram às pressas para a sala de cirurgia (tudo estava pronto, o obstetra de plantão estava preparado, a anestesista também). Eu senti me cortarem, senti o bebê saindo, mas não o vi, depois disso desmaiei, dormi, sei lá eu! Quando acordei, achei que era um sonho, então percebi que já estava sendo costurada. Depois disso, pós-parto, coração apertado, só sabia que ele estava vivo, haviam me informado.
Oito horas depois conheci o Chicão, estava lá meu pequeno, nascido um mês antes do previsto, numa encubadora, entubado, com eletrodos. Tínhamos 72h para saber se ele sobreviveria, foram as piores horas da minha vida e ao mesmo tempo as melhores, vi que estava sendo amparada pela família, por amigos de todos os lados, por desconhecidos e pela equipe que estava assistindo meu grande Chico.
Ele sobreviveu feito um guerreiro!
Logo ao nascer teve uma parada cardíaca, depois seus órgãos pararam de funcionar, seu cérebro sangrou e um mundo de outras coisas aconteceram. Passada as 72h, descobrimos que o pequeno estava tendo convulsões, logo detectaram hidrocefalia, teria que passar por uma cirurgia.
Peguei meu pequeno no colo 13 dias depois de seu nascimento.
Não consegui ter uma recuperação puerpério, tinha que ir todos os dias para o hospital, tirar leite, ele tomava pela sonda.
No começo de janeiro ele fez uma cirurgia, passei o dia inteiro ansiosa, Matheus não estava ao meu lado, tinha voltado ao trabalho. Mentalizamos fortes vibrações, muitas orações, correntes de pensamentos positivo! Quando voltou da cirurgia estava catatônico, tendo novas convulsões, chorei debaixo do chuveiro, muito, forte, ninguém viu.
Depois uma infecção intestinal que o deixou muito abalado, magrinho, perdeu muito peso. Nunca senti meu coração tão apertado, tão doído.
Mas todo Chico é guerreiro, faz história, surge das cinzas, vira chamas, nasce feito fênix!
Meu pequeno melhorou, se desenvolveu, todos movimentos intactos, mamando no peito, na mamadeira e muito mais.

 Aretha (fonoaudióloga)
 Malu feliz em ver o irmão.
 O dia da alta, parte da equipe da tarde junto com a Dra. Marisa.
 Dr. Renato
 Pat (Fisioterapeuta)
Essa é a profissional mais dedicada, mais capacitada, mais querida de todo o Brásil, rs! Dra. Marisa, muito obrigada pelos cuidados e pelo carinho.

Foram 2 meses e 17 dias, todos os dias indo para o hospital, tirando leite, comendo no bandejão, conhecendo novas mães, novas famílias, criando novas amizades. Foram 2 meses e 17 dias convivendo com uma equipe maravilhosa, com profissionais preparados, cheios de amor pela profissão. Pediatras, enfermeiras, técnicas de enfermagem, fisioterapeutas fonoaudióloga, as meninas do lactário, do bloco A e do bloco B, as recepcionistas, todas lindas, inesquecíveis! Meu filho foi muito bem amparado, foi amado e eu confiei ele à essa equipe. Dra. Marisa e suas anjas, só amor por vocês!
Hoje, Chicão, como ele é conhecido por todo hospital, está com 4kg, chegando aos 3 meses e a quase uma semana na nossa casa, no nosso ninho, debaixo das minhas asas, se alimentando do meu seio. Será supervisionado por profissionais do grupo "Bebês de Rico" (para bebês prematuros) da AACD. Estamos mais tranquilos!
Claro que ele será acompanhado por neurologistas, fonoaudiólogas, fisioterapeutas, oftalmologistas até sabermos como será seu futuro, mas diante de tudo que passou isso é tão pouco, não é verdade?!
Agradeço também a todos que entraram em contato comigo, via whatsapp, facebook, telefone, pessoalmente, espiritualmente! Amo vocês.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

SOBRE GESTAÇÃO E EMPATIA

Faz apenas três meses que descobri sobre minha gravidez, já foram aí 25 semanas no total [descobri tardiamente], uma barriga enorme, me sentindo saudável e uma gestação tranquila. A partir desse início, parto para um resumo da ópera até o momento.
Tenho observado muito as pessoas, como elas reagem às mulheres grávidas e tenho me assustado com a falta de amor, de cuidado e com o egoísmo. Pois é, desde quando minha barriga começou a crescer e as pessoas começaram a perceber que aqui estava uma mulher grávida, com uma criança em meu ventre, tenho me surpreendido com as reações.
A primeira delas está ligada ao transporte público. Meu marido tem me levado de carro para o serviço, para evitar que eu fique muito cansada, por conta dos meus problemas vasculares e principalmente, para não me expor aos ônibus lotados no período da manhã. Isso tem facilitado muito a minha gestação, quanto menos esforço melhor, não é verdade? Já na volta, pego um ônibus e nele permaneço por uma hora e meia. Como meu ponto já é no terminal, consigo tranquilamente vir sentada, o problema inicial está na espera, onde não existem bancos para me acomodar, por direito posso entrar sem pegar a fila, assim como um deficiente ou um idoso, assim como por lei devo me sentar em qualquer lugar do ônibus, não apenas nos bancos exclusivos. Mas o que percebo é que as pessoas se incomodam com essa situação e nunca são prestativas e se sensibilizam quando percebem uma gestante ao seu lado. Não permitem que passem a sua frente, ficam bravas quando precisam ceder o lugar. O motorista e o cobrador não estão preocupados se você pode bater sua barriga em algum banco ou ferro quando levanto no momento em que preciso descer, aceleram e freiam de uma vez.
Ontem fui ao caixa eletrônico, tinha fila, perguntei ao moço se ele estava nela, o cara fez uma cara feia e afirmou com certa rispidez. Se fosse eu no lugar dele, com outra gestante ou idoso, deixaria que passasse na minha frente, mas não era eu, era ele, é isso, peguei a fila e cansei.
O que dói mais diante de toda essa situação é ouvir das pessoas que "gravidez não é doença!", dói sim. Ouvir isso de um homem não é nada surpreendente, afinal de contas, eles não sabem a sensação, não sabem as transformações físicas e emocionais que sofremos, não sabem das dores... Parece que ser mãe, estar grávida é algo errado e que se você optou por isso ou não, não tem o direito de reclamar, você tem que ficar de bico calado e assumir tudinho sem incomodar, afinal de contas existem formas de prevenir e evitar todas essas dores e mudanças, não é verdade?
O pior mesmo é ouvir mulheres reproduzindo esse discurso indelicado, dói por não existir aproximação, de se colocar no lugar do outro, a chamada empatia.
Cidadãos não sabem o significado da empatia e isso é triste demais.
Meu discurso aqui não é apenas sobre mim, falo das gestantes em geral, falo dos idosos, das pessoas com deficiência, falo sobre pessoas que não olham para outras pessoas. O olhar está interno, exclusivo, sem contato, indiferente, indelicado e isso me assusta, me espanta e tenho medo.
O segurança do banco te ver mas não te resguardar, pessoas fingirem dormir, mulheres desacolhedoras, inimigas, desumanas. Muitos lerão este texto e dirão que estou sentimental demais por conta da gravidez e eu direi que não, não é por causa da gravidez. E peço, parem de dizer isso! Esses são questionamentos que já observava a tempos e que agora tenho vivido pelo segunda vez.
Amores, mulher engravidar não é doença mesmo, graças a deus! Doente está essa sociedade desumana, isso sim! Sempre pensem em suas mãe quando forem direcionar alguma opinião sobre gestação a uma grávida, se não forem capazes de serem sensíveis, não opinem é melhor assim.
Claro que não posso generalizar e dizer que todos agem assim, não posso! Ainda tem gente boa nessa vida meus amigos e posso citar para vocês. Primeiro tem o meu marido, que se dispõe a levantar mais cedo e me levar ao serviço, que mesmo depois de cansado de um dia inteiro de trabalho chega e se precisar fazer comida, dar banho na Malu, estender roupas ele faz, faz massagens, compra alimentos saudáveis e não mostra o cansaço! Meu marido é o cara, é humano e tem olhar, enxerga o outro com respeito; Tem também a professora querida da escola onde trabalho que toda segunda me espera para me dar carona até o terminal, para que eu não precise subir as ladeiras da Vila Madalena, ela que sempre pergunta como estou, que sorri; tem o colega professor que traz salada orgânica e divide comigo na hora do almoço, que se propôs a levar comida para mim, porque percebeu a minha desorganização e falta de amor pela cozinha e quer ajudar; Tem as meninas do grupo do whatsapp que vivem com palavras de amor e incentivo, preocupadas e carinhosas; Tem meus alunos, que sempre perguntam como estou, como está o bebê e querem saber todas as informações referente a gestação! Tem gente boa nessa vida, tem. Amém! E sou muito agradecida, mas por favor sociedade... melhora vai.

Quer obter melhores informações sobre as leis que cobrem as gestantes?! Clique aqui.






Grande beijo,

Por Carol Araújo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

MALU E SEUS LINDOS CABELOS ASSUMIDAMENTE CACHEADOS

Uma coisa que vem tirando meu sossego nos últimos tempos e que me faz pensar muito ao longo dos dias é o quanto a escola é importante para a formação da criança. Diante de tamanha importância, penso no quanto ela corrompe por meio dos padrões de nossa sociedade os ensinamentos que passamos cotidianamente aos nossos filhos.
Quando digo que corrompe, está em relação a falta de conhecimento e o preconceito vivido por parte da equipe escolar. Por mais que diretor@s, equipe pedagógica e gestora, professor@s sejam formados, façam seus cursos de especialização e tudo que uma "boa" escola necessita para um bom desenvolvimento no âmbito do ensino/aprendizagem, fica uma questão que é muito forte: o padrão. Padrão estético, padrão de costumes, padrões vividos!
Muit@s professor@s possuem enraizados esses padrões de vida e sem perceber os passam para seus alunos, não respeitando as diferenças existentes em cada ser. Isso é um problemão, problema esse que deve ser extinguido do espaço escolar, assim como do nosso lar.
Posso aqui nesse espaço, listar alguns padrões que estamos dizendo:

  • Destacar cores específicas para meninos e meninas, como o caso do rosa e do azul;
  • Brinquedos para meninos e meninas;
  • Atividades extra-curriculares separadas por gênero, como ballet para meninas e judô para meninos;
  • E o principal, a questão estética e atitudinais, em que meninas devem sempre estar arrumadas, com cabelos penteados e agindo de forma mais delicada e meninos podem estar sujos, com roupas mais despojadas e confortáveis e serem mais agitados.
Isso está certo? Você como mãe e pai, como educadores, concordam com isso?
Posso dizer que eu como mãe, como educadora, como filha, como tia, como CIDADÃ, não concordo, pois são esses padrões que geram o preconceito. Quem não se adéqua a eles é tachado, é destacado, separado, maltratado, violentado. Por quê? Por ser diferente? Por pensar e agir com personalidade?
Minha filha tem apenas quatro anos, já vai ´para a escola, fica período integral. Infelizmente não tenho como monitorá-la o dia todo, por meio disso, tive a preocupação em procurar uma boa escola na região onde moro antes de matriculá-la em qualquer uma apenas por conta do preço. Mas garanto amigos, nem com todo esse cuidado vamos conseguir encontrar a escola dos sonhos, sempre encontraremos algo que nos incomode, seja no quesito ensino/aprendizagem, seja no quesito atitudinais dos funcionários.
Algo que vêm me incomodado, juro, até tirando meu sono, é a hora que a Malu chega em casa e eu vejo o cabelo dela esticado, quase escovado. Na escola onde ela estuda eles tem o momento de higiene após a hora do sono, tanto meninas, quanto meninos penteiam os cabelos, para evitar a proligeração de piolhos e para ficarem mais arrumadinhos para a outra metade do dia.
Gosto desse cuidado, é uma preocupação que muitas escolas não possuem ou nem tem tempo de desenvolver em sua rotina, mas por várias vezes já pedi para a Malu avisar para professora que o cabelo dela não se penteia seco.
Os cachos são destruídos, fios e mais fios quebrados e a característica física massacrada. Vivemos o padrão de que o cabelo liso que é bonito, que é bom, melhor. E eu luto diariamente para que minha pequena ame seus cachos e assuma-os como lindos e parte de sua personalidade, até mesmo de resistência a todo esse modelo vomitado aos nossos pequenos desde cedo. 
Não sei se essa professora percebe o tamanho da interferência causado no que ensino, não sei se é intensão dela passar para a Malu que o cabelo dela fica mais bonito liso, afinal de contas, ela tem cabelos lisos, assim como a maioria do corpo docente e muitas alunas da escola. Vamos partir da ideia de que ela não pense sobre isso, ela apenas está fazendo seu trabalho, sendo cuidadosa, dando atenção devida a minha filha. Mas vocês se colocam no meu lugar? Vocês percebem como mesmo sem ela não ter culpa, ela é culpada? Sim, Falta emponderamento nas mulheres, pois é ele que trata essas questões com mais naturalidade. 
Vocês me entendem?
Minha filha tem cabelos lindos, lindos cachos, cheios, armados, maravilhosos, que não devem ser penteados secos, que devem ser assumidos e assistidos com carinho. É muito pedir que respeitem isso?
A partir dessa discussão, peço humildemente que percam uns minutinhos preciosos e leiam esse texto aqui  [é só clicar] e reflitam sobre o assunto que é por demais sério.






Muito obrigada,

Por Carol Araújo.

terça-feira, 28 de julho de 2015

MALU, NÃO EXISTE COISA PARA MENINA!

Malu, filha... hoje escrevo para você. Sabe por quê? Porque o assunto é sério querida, assunto que deve ser bem direcionado, que formará seus posicionamentos, que te ajudará a construir seu caráter.
A mamãe e o papai sempre procuraram fazer com que você fosse menininha livre, menininha solta de ideias e pensamentos. Mamãe e papai não gostam de padrões, sabe aquela conversa que quase todo mundo tem de que menina tem que gostar de rosa, brincar de boneca, de casinha, tem que usar brincos, gostar de coisas femininas? E que menino tem que gostar de azul, carrinhos, super heróis e tantas outras separações que segregam nossos vínculos? É isso filha, isso está errado! Meninas e meninos podem gostar do que quiserem, devem brincar juntos, brincar separados, devem brincar como iguais. Você me entende?
Por isso que desde de quando você nasceu, sempre me preocupei em não consumir nada que ditasse esses padrões, o que você tem relacionado a isso, você ganhou. Todo mundo sabe da minha paixão por estampas em petit poá, cores em tons pastéis e azuis. Eu não te vestia de rosa, nunca! Tanto que sua primeira cor preferida era verde água, digo primeira cor, porque a gente muda de opinião filha, até saber direito o que gostamos.
Mas acho que nós, seus pais, estamos indo no rumo certo, porque você mostra sua personalidade quando mesmo sabendo que não tenho preferencias por nada em rosa me diz que gosta, afirma e não muda de opinião. Sei que a escola tem muito dessa interferência, coisa que não deveria acontecer, pois as escola deveriam quebrar estes paradigmas e não reafirmá-los, mas infelizmente eles vão de acordo com essas regras estapafúrdias e reafirmam esses padrões.
Filha, digo que tenho orgulho de ver como você é, você é criança, criança saudável, que gosta de rosa sim, mas também adora super heróis, "Os Vingadores" né? Ama princesas, mas as leva para passear no seu trator [trator esse que seus amiguinhos da sala custam a acreditar que seja seu, por que né filha?], ama a Elsa, Ana, Aurora, mas quer como tema da sua festa de aniversário a Malévola.
A mãe se orgulha da sua naturalidade em ver a diversidade do amor e fica chateada contigo por não ser tão adepta em fazer amizades, ser mais na tua. Não se preocupe, eu entendo.
Fico brava quando me conta que algum coleguinha falou ou fez algo que não gostou e você não se defendeu, porque quero que se defenda, quero sim que revide, mas você entende que revidar é feio e esse teu pensamento é sábio, é lindo.
Também digo que menina usa brinco se quiser, e me orgulho de você ter tido o direito de escolher o momento para colocá-los. Papai foi mais enfático nisso, se posicionou e não deixou que furassem suas orelhas quando bebê e hoje sinto alivio ao ver que você decidiu, que não devemos impor nada sem teu consentimento.
Quero que seja mulher forte, guerreira, porque ser mulher filha não é fácil, por isso essa preocupação com teu caráter, com tua personalidade, pois não quero que te ditem regras filha, não quero que decidam por ti. Amor, menina gosta da cor que quiser, menina brinca do que quiser, assim como mulher não é obrigada a cuidar do lar, nem a saber cozinhar, menina se suja sim, pode ter o cabelo curto, comprido, liso, cacheado, crespo, lindo, bagunçado, porque não são essas coisas que te definem como pessoa boa ou ruim. Menina pode ser sim princesa, mas se quiser pode ser junto guerreira, ou nada disso.
Não quero que ligue se alguém vier te criticar por causa do trator, sabe por que? Porque não tem problema gostar de carrinho não, não tem problema gostar do Batman, Homem Aranha!!! O problema é quando te tratam diferente por gostar disso. Se alguém, seja quem for te tratar diferente por causa do seu gosto, das suas escolhas, das suas vontades me conta, pois a briga filha será feia. Faço tudo para te defender! E não quero que te imponham algo que descamba para o preconceito.
O preconceito é feio e temo que aprenda a tê-lo, abomino preconceito e espero que também pense como eu.
Maria Luiza, Malu, filha... continue assim amor, desse jeitinho, você está indo pelo rumo certo e se por acaso errar em algum momento, reflita filha, volte atrás caso seja necessário, se desculpe e melhore. Mamãe tá aqui para ver você se transformar em pessoa boa, do bem e feliz.
Espero que quando conseguir ler sozinha, sem precisar da ajuda da mamãe, venha a ler este post e que o compreenda, que entenda o amor que sentimos, o carinho, a atenção e dedicação que temos por você. Espero que leia e goste, que leia e me abrace, me beije e diga que me ama, será a melhor forma de retribuir a esta escrita sincera e ao mesmo tempo melosa de uma mãe que se preocupa com o que se tornará, com o teu futuro.

Te amo meu biscuit <3 p="">
Por Carol Araújo.








quarta-feira, 22 de julho de 2015

MALU NÃO É MAIS FILHA ÚNICA

É engraçado como a vida segue, acabo achando bacana que coisas boas fluam da maneira como na minha vida flue, isso me motiva a ter pensamentos positivos para o futuro.
Desde o começo do ano tenho ido e vindo de médicos ginecologistas [sim, mulheres vão - ou pelo menos deveriam ir - ao ginecologista], pois minha menstruação, que nunca foi regular, agora havia piorado. Nessas voltas que a vida dá, descobri que além dos ovários policísticos, também possuo um mioma. Fiquei muito preocupada, pois incômodos e dores eram frequentes e consequentemente tudo isso refletia na Malu, muitas alterações de humor, cansaço. A situação se agravava justamente porque herdei por parte de mãe problemas vasculares, o que me impede de fazer qualquer tratamento com hormônios, afinal de contas posso desenvolver uma trombose.
Mais que loucura que a vida é minha gente, rs.
Desde janeiro desse ano, tive que fazer vários testes de gravidez e todos deram negativos. Depois de quase quatro meses sem menstruar, finalmente o fluxo veio e em maio tudo parecia voltar ao normal.
Durante um exame solicitado por um especialista em endometriose, a médica que me atendeu semana passada, recuou e resolveu fazer um ultrassom, eu fiquei muito inquieta, não sabia o que estava acontecendo e nem o porque de tal mudança assim. No momento do exame ela me vem com uma noticia que já não esperava mais... "Caroline, você está grávida. Grávida de quatorze semanas." E botou o coraçãozinho do bebê para eu ouvir.
Não consegui ter reação, estava estagnada, sozinha, sem preparo. Eu que já estava desenganada pelos médicos, que seria quase impossível eu ter outro filho. Que já pensava em adoção. Que poderia estar até com câncer no endométrio!  Enquanto achava que todo mal-estar que sentia era por conta dos remédios que tomava para controlar a dor, enxaquecas constantes, tantas outras coisas. Estava eu, não doente, mas sim cheia de saúde em mim, estava eu grávida novamente! Conseguem medir minha felicidade?
Logo eu...
Eu que engravidei antes de casar
que casei depois de engravidar
que fiz as coisas do avesso
que na minha "canhotice" consegui fazer dar certo.
Posso dizer com toda alegria nessa vida, depois de uma semana digerindo que minha gestação não é de apenas uma semana, um mês, dois... e sim de três quase quatro meses, que a Malu não será filha única, tenho um bebê em meu ventre e que mesmo com o susto irradio alegria e minha família me acompanha diante de tanta felicidade.
Por esse motivo acho que é mais do que conveniente mudar o nome do blog, "Mamãe de Primeira Viagem" já não cabe mais num espaço onde "Malu não é mais filha única".
Hoje já não carrego toda a insegurança da primeira gravidez, nem toda aquela fragilidade. Minha postura é de mamãe com certa "experiência" e meus anseios estão ligados apenas à saúde do bebê.
As transformações do corpo,sim, já sei como são, as dores do parto, também! Os cuidados, a alimentação...
Tô em paz amados e que essa criança que carrego em meu ventre venha com toda saúde, com todo amor, com todo carinho e cuidados que eu, Matheus, Malu e Carvão [nosso cachorro] possa proporcionar.



Obrigada universo.

Por Carol Araújo.

terça-feira, 3 de março de 2015

QUAL A MELHOR ESCOLA?

Olá queridos, tenho andado um tanto sumida daqui, não é verdade? Para aqueles que não me conhecem isso é super comum, rs. Tenho meus altos e baixos, numa hora vivo de inspirações e na outra uma preguiça perturbadora faz parte do meu ser e me impede de pensamentos produtivos.
Não sei também se sabem, mas sou professora, fiz primeiro o magistério, obtendo uma licenciatura na época para lecionar para a Educação Infantil, depois me formei em Geografia e hoje dou aula para o Ensino Fundamental II.
Meu primeiro emprego foi numa escola de educação infantil, foi ali que pude descobrir muitão sobre o universo dos pequenos, gostaria de ter aprendido mais naquela época, mas não tinha tanta maturidade para absorver tais conhecimentos. De lá para cá sigo sempre com o mesmo mantra, não há escola com um pensamento igual o da que eu trabalhei naquela época. Não consegui ainda encontrar alguma com metodologias e práticas parecidas.
Depois de 11 anos, agora com uma filha e me deparando com uma louca procura por uma escola boa e que valia a pena para a pequena, pude ver o quão enrijecida está a educação, independente de ser no âmbito particular ou público. Nosso sistema educacional precisa ser revisto urgente.
Como moro numa região não muito privilegiada de escolas, a saga foi grande.
No ano retrasado (2013), Malu estudou numa escola pertinho de casa. Lá eles cuidavam muito bem dela, super queridos, tudo arrumadinho, com "tias" carinhosas. No que a escola pecou? Na parte pedagógica!
A professora da Malu na época tinha por volta de 6 alunos e mesmo assim aconteciam problemas, problemas esses que considero irrelevantes perto dos erros de ortografia que vinham nas lições de casa e na agenda. Digo o mesmo da diretora, erros de ortografia não são permitidos quando estamos nos referindo à educação. Tudo bem que na idade deles, por volta de 2 a 5 anos não é mais obrigatório a alfabetização, antes tínhamos como meta alfabetizá-los. Mas, muitas crianças apresentam maior facilidade para aprender a ler nessa época, então devemos apresentar a maneira correta para eles. Da mesma forma, quando falamos! As crianças estão aumentando o repertório linguistíco, e a professora vai lá e fala uma palavra errada, o que acontece?
Fora a festa de encerramento... crianças pequenas fazendo formatura, ah tenha dó! É muita formalidade para os pequenos. Eles não precisam disso nesse momento, porque daqui a algum tempo eles viverão tais formalidades por muitos e muitos anos seguidos.
Esse foi um dos motivos que me levaram a ficar quase 10 meses em casa com a Malu, abdiquei de emprego para dar esse tipo de atenção para ela.Quem conversa com ela percebe que seu repertório é vasto, que é bem comunicativa (quando pára para conversar de verdade, rs). Ela conhece todo o alfabeto, sabe escrever seu nome, conta até 30, sabe até 10 em inglês... Mas por outro lado, ela perdeu a parte de sociabilização, ficou com muita dificuldade de se enturmar, fazer amigos e aí pesei isso.
Esse ano meu marido e eu procuramos por algumas escolas, minha grande preocupação era com o espaço físico em si, porque Malu teria que ficar no período integral. 
Para mim, escola boa tem que ter brinquedos, salas e banheiros adaptados, deve ter atividades lúdicas, joguinhos pedagógicos, deve ser limpa, ter parquinho e principalmente, profissionais qualificados, com experiência e que goste do que fazem. As professoras devem obrigatoriamente ser formadas em Pedagogia e a coordenação também. Professor que é professor de verdade, nunca para de estudar, isso é importante.
Tive problemas em algumas por conta do valor ou porque eram muito distantes e ficaria muito cansativo para a Malu. Na última que me foi recomendada, vi salas direcionada para crianças na faixa etária dela (4 anos) com carteira universitária, achei um horror! Tive pena das crianças dali, fora o cheiro de inhaca que estava impregnado no ambiente. A responsável pela escola não me passou segurança alguma.
Um outro fator é o material pedagógico, que para mim só servem para arrancar mais dinheiro dos pais. Não tem nada ali que um professor de escola pública - muito mais qualificado - não elabore em sala de aula com os alunos sem possuir tal material. Virou mania esse apoio e já insere os pequenos no ritmo conteudista do qual nada me agrada, deixando outros tipos de conhecimentos para trás.
E as atividades extras-curriculares, como o tal do balé para meninas e judô ou hapkido para meninos? Pelo amor de deus, que babaquice é essa que meninas não podem fazer uma arte marcial ou um menino não pode aprender balé? Ou seja, já estamos inserindo nossos pequenos a viver nos padrões separatistas, sexistas e conservadores da nossa sociedade. Isso tudo é mau, mau, mau!


Então, finalmente encontrei uma escola que me agradasse pelo menos 70% do que almejava! A responsável que me atendeu me passou muita segurança, mostrou conhecimento e muita atenção. É um ambiente espaçoso, com 2 parquinhos mais uma horta, tudo muito limpo, com cara de novo, local adequado para a hora da soneca, professoras formadas e que até o momento não apresentaram nenhum tipo de erro nas atividades e agenda. Infelizmente pecam na questão do material didático e do balé, mas eu também não poderia conseguir tudo que vivi na primeira escola que dei aula. Devo toda essa preocupação às pessoas que conheci lá! Desde a diretora, até o corpo pedagógico e administrativo. Se hoje tenho a formação que tenho, devo muito a todos eles.







Apenas uma observação: Optei por uma escola particular, pois as escolas públicas da periferia de Osasco não me passam nenhum tipo de confiança, em algumas por questões estruturais, em outras por questões administrativas e por fim por poucos maus profissionais. Tem muita gente boa nas escolas da região, mas eu vi muita coisa no período em que lecionei no município e prefiro não arriscar com a Malu.
Grande beijo

Por Carol Araújo.

domingo, 14 de dezembro de 2014

MALU E SEUS 4 ANOS

4 anos! 
Quem diria, o tempo passou voando, rapidinho, num piscar de olhos.
Malu já é uma mocinha, mesmo sendo meu bebê. Cabelos resolveram crescer absurdamente, as respostas são bem mais elaboradas e os ânimos aumentaram pelo triplo, rs.
Fizemos a festa dela dessa vez num buffet infantil, esperamos para fazer agora, pois sabíamos que ela iria aproveitar muito mais. Tudo que fazemos é pensando primeiramente nela, ela é nosso foco, nosso norte da bussola.
Confesso aqui que fazer a lista não foi nada fácil, tivemos que deixar pessoas queridas de fora, tivemos que priorizar os filhos de nossos amigos [festa infantil precisa de crianças], priorizamos pessoas que estão no cotidiano da pequena. Não pensem que me sinto feliz por ter que deixar alguns de fora, infelizmente temos que fazer escolhas para tudo, e nesse momento não seria diferente. Alguns se chatearão e mais para frente passarão uma borracha, outros me compreenderão e continuarão a gostar de nós mesmo assim. E outros não entenderão! Quanto a isso, não poderei fazer nada, apenas entender a opção de cada um. Vão dizer que sou uma metida? kkk... Tudo bem.
Aos amigos que foram só tenho a agradecer e espero que tenham gostado de tudo, voltei para casa satisfeita e cheia de boas recordações.
A verdade é que foram semanas onde Matheus e eu tivemos que nos organizar, comprar vestido, sapato, coroa e todos os brilhos necessários para que a Maria Luiza pudesse ter o dia dela da maneira dela. E deu tudo certo, ela se divertiu, se soltou, foi ela, espontânea, alegre e feliz!
Nós compartilhamos tudo isso com parentes e amigos, ficamos mais que felizes com a presença de todos, com as conversas, risadas a fora. Ela brincou, pulou, foi lá no alto e não teve medo.
O resultado de tudo foi satisfação! 
Obrigada de coração.
Quando as fotos chegarem posto rapidinho.



Por Carol.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

MÃE NÃO É ROBÔ! Mãe é puro amor

Ser sentimental é um defeito? Acredito eu que não! Isso me torna mais humana e me aproxima do sofrimento dos outros.
Ter me tornado mãe me fez viver e ver a vida numa outra perspectiva, minhas preocupações mudaram e se tornaram mais sérias, menos desinteressantes.
Malu agora está num momento completamente diferente de todos o que já vivi em seus quase quatro anos. Agora Malu é pura manha!
Ninguém imagina o quanto é sofrido para mim e para meu marido quando vamos em algum lugar e ela inicia a sequencia de caretas, bicos, bateção de pé e "chororôs" artisticamente produzidos sem nenhuma lágrima. Ninguém imagina como nos sentimos quando as pessoas a cumprimentam e ela como um bichinho do mato não responde, age como se o gato tivesse comido sua língua.
Também não imaginam como é a minha rotina, meu dia a dia, os ensinamentos a paciência e a falta dela em muitos momentos, momentos esses que se repetem muitas vezes diariamente.
Sou aquele tipo de mãe que busca ensinamentos, informações, sou didática, pedagógica, filosófica, kkk! Mas erro e erro sempre, erro porque ela é minha primeira filha. E errarei com toda certeza se tiver um segundo! Erro por que quem não erra?
Sou um ser mal humorado, busco paz pela manhã. E no lugar de ouvir um bom dia mamãe ao acordar, escuto um "eu quero" com uma melodia a base de miados, quem consegue sorrir e levar na brincadeira?
Ontem me peguei gritando, nervosa e batendo porta. Depois que percebo meus atos, me encho dos sentimentos mais entristecedores possíveis, como a culpa, a melancolia, a decepção em ter errado novamente. Lágrimas e cabelos vão para o ralo!
Quem tá de fora, quem não sabe o outro lado, do carinho diário, das refeições saudáveis, das preocupações com atividades, dos banhos movidos com canções infantis temáticas, pensa que minha atitude negativa é a que me move, me jugam, pois o outro sempre é melhor pai ou melhor mãe que você, sempre!
A partir do momento que você pari a tua cria tem que se acostumar com as opiniões, com os "achismos" de quem se acha melhor que você. E vou dizer meu povo que não é fácil lidar com essa pressão. E vou dizer que cansa pra "baralho" isso!
Por mais que se crie o mantra "não se importe, só você sabe o quanto é boa" tem hora que teu espírito absorve a chatice alheia e o coração fica pesado e o estômago revirado.
Portanto amiguinhas e amiguinhos o negócio é seguir, melhorar nos teus erros e se uma hora se importar com a opinião dos profissionais maternos de plantão, lembrem-se que teus filhos surgem na melhor hora para mandar essa tristeza embora, porque assim como a felicidade, a tristeza também se vai num piscar de olhos.
Nós nos achamos péssimas, eles nos acham as melhores mães do mundo. Se apeguem nisso! <3 p="">






Por Carol Araújo.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

SOMOS TODAS FISSURADAS!

Tudo começou pelo Facebook e amigas em comum. Eu, sempre em busca de roupas feitas por Atelier's ou brechós, roupas diferentes... Fui direcionada para uma loja virtual chamada Atelier Luiza Pannunzio. Tenho amigas que são freguesas assíduas, eu infelizmente tenho apenas três peças da loja, kkk, gostaria de ter todas, aha! Enfim, roupas lindas, totalmente retrô, pegada vintage em quase todas as peças, coisas que adoro. Daí para frente acabei adicionando a proprietária, Luiza aos meus amigos, pois adorava os desenhos que ela mesma fazia e disponibilizava na página do Face. Comecei a seguir o Blog A menina com o laço na cabeça, que tanto me identifico, rs. Depois o ÓH BEBÊ DE CABEÇA QUADRADA, um blog feito para sua filha Clarice e que tem quase a mesma idade da minha pequena Malu, me identifiquei ainda mais!

Nesse vai e vem de leituras pude perceber como Luiza é uma mulher ativa, produtiva e incansável [assim a vejo], pois diante de tal dinamismo ficava eu sem ar ao ver como ela conseguia se dividir em tantas Luizas, acho isso incrível, e desejava ser da mesma forma! Luiza inspira. Inspira mães que não se desdobram, mães que desejam ser várias ao mesmo tempo. Ela me inspira!
E não é que diante de tantos trabalhos, diante de tantos cuidados Luiza [que tem o mesmo Luiza de minha pequena Malu - Maria Luiza] engravidou novamente?! Sim, ela estava a espera de um menino. Que veio com um belo nome, Bento.
Não sei o que Deus pensa quando nos leva ao mundo, mas Ele com certeza é muito sábio, não neguemos isso. Pois Ele olhou para Luiza e foi até o ouvidinho de Bento e disse "Filho, segue. Vá até aquela mãezinha ali, porque ela cuidará muito bem de você." E Bento ouviu e seguiu, foi ser filho de Luiza!
Não sei dizer como foi o período de gestação dela, nem como Clarice e a família reagiu a uma mamãe grávida novamente. Não sei quais eram as angústias de Luiza, afinal de contas, quando estamos grávidas vivemos várias angústias, ficamos tão sensíveis, com vontade de carinho ao dobro.
O que sei é que Luiza descobriu quase no fim da gravidez que Bento nasceria com fissura labial. Imagino um pouquinho como eles - os pais - se sentiram quando receberam a notícia, vivi isso na família, tenho uma prima que teve o mesmo "problema", vi quantas cirurgias ela teve que fazer desde pequenina, até sua adolescência. Vi o preconceito que ela e os pais sofriam, tanto pelas crianças no play do condomínio onde moravam, quanto pelos adultos desenformados. E me vi mais uma vez perto de Luiza e fiquei na expectativa e na torcida para que ela conseguisse superar tudo isso.
E não é que mais uma vez ela superou! E continua a superar. Não é mole não, digo que essa mulher tem fibra, rs. Primeiro ela criou um outro Blog, intitulado o menino que não sabia chorar e mais desenhos vieram! Por fim, no meio de idas ao hospital, cirurgias que Bento realizou e a partir da convivência com mães que passam pela mesma situação, criou uma página, uma comunidade pelo Facebook chamada As fissuradas, com o intuito de "dar apoio as mães com filhos que nasceram com fissuras e outros "defeitos" da face" como ela mesmo diz. Nisso ela apresenta histórias de outras crianças a partir dos relatos de suas mães ou outros parentes e vai disseminando por meio da rede  o que é a fissura e diminuindo a falta de conhecimento que gera o preconceito nas pessoas em relação a esse "problema".

Muito lindo, não? E se vocês pensam que ela parou por aí, não! Agora existe até uma campanha e hoje tive acesso ao vídeo que divulga ainda mais o trabalho de "As Fissuradas" além de apresentar o projeto Operação Sorriso onde existe a possibilidade de doações para transformar a vida de outras tantas crianças que necessitam. E aí gente, bora doar? Bora ajudar muitas crianças a sorrir?

Caso se interessem em assistir ao vídeo, é só clicar em doe um sorriso que você será direcionado para a página no Youtube. 

PS: Entre nós aqui, a Luiza e nora do ator Marcos Caruso que aderiu a campanha e faz parte do vídeo.Muito chique né?! Rs. 

A Malu e eu agradecemos o interesse de todos vocês!

Por Carol Araújo.

sábado, 26 de abril de 2014

O PARTO

O significado no dicionário já diz "Ato de parir, de dar a luz. Esforço desmedido, o resultado desse esforço". Quando descobri que estava grávida foram muitas coisas que passaram  por minha cabeça. Conforme os meses iam passando, o que mais me preocupava era o tal do parto. Quando seria a hora? Saberia eu os sinais? O parto, seria normal? Iria resistir à dor?
A cabeça girava em torno de tantas dúvidas. Diante disso procurei ler e conversar bastante com pessoas mais experientes que eu, que já tinham filhos. Além de fazer direitinho o Pré-Natal [onde aproveitava para tirar todas as minhas dúvidas com a própria médica].
Na minha penúltima consulta fui linda e barriguda de ônibus e cheguei com três dedos de dilatação. Minha médica ainda solta "nossa, já dá para ver até os cabelinhos!", imaginem como fiquei? Pensei que já ia parir ali mesmo, rs. E para voltar para casa? Mas as coisas não funcionam assim, não é verdade? Ela depois me explicou que para internar precisava estar com pelo menos cinco dedos e com contrações de 10 em 10 minutos. Então ela me pediu para voltar para casa e quando estivesse com esses sintomas que retornasse ao hospital, caso não, deveria voltar na outra semana, minha última consulta.
Sabendo da noticia resolvi passar a última semana de melancia na casa de meus pais para não ficar sozinha. Matheus foi para lá no fim de semana, caso parisse ele já ficaria comigo dali mesmo, rs.
Na madrugada do dia 13/12/2010, comecei a sentir contrações que me incomodavam mesmo, elas iniciaram de 20 em 20 minutos. Resolvi avisar o Matheus que decidiu dormir comigo, então nem foi trabalhar. 
Ele me levaria ao hospital junto aos meus pais, dez horas após essa situação. às 16h00m desse mesmo dia tinha a minha última consulta de Pré-Natal.
Nesse dia não fui atendida por minha médica [Fernanda], ela havia me avisado com antecedência que não estaria comigo. O outro médico, Wu, me atendeu de maneira um tanto debochada, pois como estava com contrações de 10 em 10 minutos, ele achava que não havia chegada a hora! Mas no exame de toque, quando viu que eu estava com cinco dedos de dilatação se arrependeu e me mandou correndo para o Pré-Parto umas 17h30m e ali esperei por seis horas, ansiosas horas, pois não imaginava como seriam os procedimentos. Não tinha noção nem se a minha bolsa havia estourado. Então descobri que não, quando o médico e a enfermeira vieram até mim com um objeto parecido com uma agulha de crochê, que serviu para romper a minha bolsa. E a partir daí meus amigos, o negócio ficou tenso, pois foi aí que comecei a sentir dor de verdade. Comecei a gritar, era involuntário.
Matheus numa sala no fim do corredor ouvia meus gritos. Senti vergonha...
O médico responsável pelo meu parto [Paulo], veio até mim com um ar todo engraçadinho e disse "mas, Carol, por que está gritando assim?! Parece até aqueles sons de motel... Assim você assusta as outras meninas".
Na hora me senti constrangida, mas sublimei, afinal de contas, a dor era tanta que não dava para me apegar a isso. Então fui finalmente para a sala de parto receber a anestesia [raqui] e parir! Era uma sala fria, e eu sentia fome. Só depois que a Malu já estava pronta para sair que o Matheus foi autorizado a entrar. Em menos de alguns minutos senti algo quente em minha barriga... Era a pequena, ela havia nascido. Ouvi seu choro e a primeira coisa que notei foi o nariz, assim como as enfermeiras, veio como pedi, igual ao do pai, rs! Olhei para o Matheus e vi em seu olhar como ele me agradecia por aquele momento.
Ele ficou ao lado dela em todos os procedimentos, esperávamos ansiosos pelo Teste de Apgar, ela tirou nota 10!
Só pensava em como ela era linda e agradecia a Dios por ter dado tudo certo, por ela ser saudável e estarmos bem.
Assim, Malu e eu fomos para o Pós-Parto, onde tive que me separar por um tempo do Matheus. Malu sugava meu peito sem ao menos eu saber se havia leite nele. Eu sentia fome...
Finalmente, fomos conduzidas ao quarto, nisso o Matheus veio até nós. Era minha família e eu.
Passei três dias internada, quando entrei na maternidade fazia uma calor típico de verão de Dezembro. Durante os longos dias de internação e três pontos lá o tempo esfriou e choveu, parecia outono. Um clima bucólico...
Lembro da equipe de enfermagem, a noturna era mal-humorada, todas chatas de galocha, ficava tensa com a presença delas. Já com as outras foi tudo de bom! Me animavam, me estimulavam a amamentar, a andar, ensinaram a dar o banho [Matheus deu o primeiro banho e trocou a primeira fralda].
Meu parto foi normal, com anestesia, não sei se suportaria sem, creio que não. Hoje leio sobre outros tipos de parto, só me lembro que não queria cesárea de forma alguma. Nada de programar parto, minha vontade era de que a Malu nascesse na hora dela.
Acho lindo mulheres que se dedicam ao parto natural, feito em casa, na água. Não sei se sou mulher suficiente para isso, rs.
O importante é termos direito de escolha, direito de optar em como queremos que nossos filhos nasçam. Eu vou querer sempre que seja normal! A criança vir no momento dela. A gente supera medos, a gente se doa à gestação, e se está tudo bem por que não escolher?
Sonho apenas que até eu ter outro filho as situações e procedimentos em relação ao parto e as parturientes no país se tornem mais humanas. Um sonho?
Já ouvi tantos relatos de partos desumanos, de situações constrangedoras e maus-tratos, que a piadinha infame que ouvi do médico é irrelevante.
Diante disso quero apresentar a todos o projeto 1:4, que retrata de forma grandiosa a violência obstétrica no país. Espero que possam conhecê-lo e divulgá-lo, afinal é um projeto que visa o bem estar das parturientes e de seus bebês, para que escândalos como o caso da moça que foi levada pela policia e obrigada a fazer uma cesárea não ocorra mais.
Chega a ser até interessante... Conheci muitas pessoas no período em que trabalhei num laboratório de ensino na Universidade de São Paulo, dentre essas um rapaz chamado Vladmir. Dentre as conversas sobre projetos, referencias bibliográficas, também falamos muito sobre o cotidiano, sobre a vida e no meio dessas conversas ele mencionou o trabalho de sua irmã Carla Raiter, que meses à frente descubro ser a organizadora e fotógrafa do projeto 1:4. Como a vida é maluca, e linda! É imprescindível que esse projeto seja bem divulgado, tudo por mais amor e mais humanidade antes, na hora e depois do parto. 
Vamos às fotos!
 Minha escritora favorita.
 Um cantinho valioso para a pequena.
 Adora giz de cera.
 Meu presente de dia das mães do ano passado foi para a parede do quarto dela.
 Um  pouquinho do cantinho dela.
 Livros são importantes e fundamentais para nossos filhos.
 Olha que fofurinha?! Linda, não?
 Com o primo querido Zezé.
 Me lembrem de nunca cozinhar em períodos menstruais...
Nosso calendário do mês de abril que confeccionamos.

Gostaram?
E o vídeo que selecionei para todos nós é forte, mais é lindo. Uma mulher num parto natural!
Por Carol Araújo.