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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

MALU E SEUS LINDOS CABELOS ASSUMIDAMENTE CACHEADOS

Uma coisa que vem tirando meu sossego nos últimos tempos e que me faz pensar muito ao longo dos dias é o quanto a escola é importante para a formação da criança. Diante de tamanha importância, penso no quanto ela corrompe por meio dos padrões de nossa sociedade os ensinamentos que passamos cotidianamente aos nossos filhos.
Quando digo que corrompe, está em relação a falta de conhecimento e o preconceito vivido por parte da equipe escolar. Por mais que diretor@s, equipe pedagógica e gestora, professor@s sejam formados, façam seus cursos de especialização e tudo que uma "boa" escola necessita para um bom desenvolvimento no âmbito do ensino/aprendizagem, fica uma questão que é muito forte: o padrão. Padrão estético, padrão de costumes, padrões vividos!
Muit@s professor@s possuem enraizados esses padrões de vida e sem perceber os passam para seus alunos, não respeitando as diferenças existentes em cada ser. Isso é um problemão, problema esse que deve ser extinguido do espaço escolar, assim como do nosso lar.
Posso aqui nesse espaço, listar alguns padrões que estamos dizendo:

  • Destacar cores específicas para meninos e meninas, como o caso do rosa e do azul;
  • Brinquedos para meninos e meninas;
  • Atividades extra-curriculares separadas por gênero, como ballet para meninas e judô para meninos;
  • E o principal, a questão estética e atitudinais, em que meninas devem sempre estar arrumadas, com cabelos penteados e agindo de forma mais delicada e meninos podem estar sujos, com roupas mais despojadas e confortáveis e serem mais agitados.
Isso está certo? Você como mãe e pai, como educadores, concordam com isso?
Posso dizer que eu como mãe, como educadora, como filha, como tia, como CIDADÃ, não concordo, pois são esses padrões que geram o preconceito. Quem não se adéqua a eles é tachado, é destacado, separado, maltratado, violentado. Por quê? Por ser diferente? Por pensar e agir com personalidade?
Minha filha tem apenas quatro anos, já vai ´para a escola, fica período integral. Infelizmente não tenho como monitorá-la o dia todo, por meio disso, tive a preocupação em procurar uma boa escola na região onde moro antes de matriculá-la em qualquer uma apenas por conta do preço. Mas garanto amigos, nem com todo esse cuidado vamos conseguir encontrar a escola dos sonhos, sempre encontraremos algo que nos incomode, seja no quesito ensino/aprendizagem, seja no quesito atitudinais dos funcionários.
Algo que vêm me incomodado, juro, até tirando meu sono, é a hora que a Malu chega em casa e eu vejo o cabelo dela esticado, quase escovado. Na escola onde ela estuda eles tem o momento de higiene após a hora do sono, tanto meninas, quanto meninos penteiam os cabelos, para evitar a proligeração de piolhos e para ficarem mais arrumadinhos para a outra metade do dia.
Gosto desse cuidado, é uma preocupação que muitas escolas não possuem ou nem tem tempo de desenvolver em sua rotina, mas por várias vezes já pedi para a Malu avisar para professora que o cabelo dela não se penteia seco.
Os cachos são destruídos, fios e mais fios quebrados e a característica física massacrada. Vivemos o padrão de que o cabelo liso que é bonito, que é bom, melhor. E eu luto diariamente para que minha pequena ame seus cachos e assuma-os como lindos e parte de sua personalidade, até mesmo de resistência a todo esse modelo vomitado aos nossos pequenos desde cedo. 
Não sei se essa professora percebe o tamanho da interferência causado no que ensino, não sei se é intensão dela passar para a Malu que o cabelo dela fica mais bonito liso, afinal de contas, ela tem cabelos lisos, assim como a maioria do corpo docente e muitas alunas da escola. Vamos partir da ideia de que ela não pense sobre isso, ela apenas está fazendo seu trabalho, sendo cuidadosa, dando atenção devida a minha filha. Mas vocês se colocam no meu lugar? Vocês percebem como mesmo sem ela não ter culpa, ela é culpada? Sim, Falta emponderamento nas mulheres, pois é ele que trata essas questões com mais naturalidade. 
Vocês me entendem?
Minha filha tem cabelos lindos, lindos cachos, cheios, armados, maravilhosos, que não devem ser penteados secos, que devem ser assumidos e assistidos com carinho. É muito pedir que respeitem isso?
A partir dessa discussão, peço humildemente que percam uns minutinhos preciosos e leiam esse texto aqui  [é só clicar] e reflitam sobre o assunto que é por demais sério.






Muito obrigada,

Por Carol Araújo.