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domingo, 13 de abril de 2014

A INFÂNCIA DE NOSSOS FILHOS - UM RESGATE AO LÚDICO

Estou aqui a recordar...
Como sempre digo "recordar é viver".
Recordações de parte da família.
Família e suas histórias geniais!
Sabe, meu pai nasceu numa cidade um pouco ao norte do Maranhão, como é mesmo o nome? Bacabal! Vocês podem imaginar "Ah, se é dos interior do Maranhão, então devi di cê uma famia bem pobre". Pois não. Não eram ricos, não tinham posses e mais posses, mas tinham sua casa com grande terreno e belas árvores frutíferas. Cada filho tinha uma árvore sua! Emboras muitos possam pensar, não, minha avó não  teve dez, doze, quinze filhos. Teve apenas três: Raimundo [de São Raimundo Nonato, coisa de promessa], Edmilson [meu pai] e Mirian [minha tia no qual me espelho em muitas coisas].
Maria e Pacifico, meus avós paternos criaram os três filhos de uma forma simplesmente feliz. Como sei disso? Pelas histórias que sempre ouvi desde pequena, pela alegria que eles recordam de sua infância... Pesca em igarapés, comer fruta direto do pé, pedaladas nas ruas de areia branca e fina ao luar, o cachorro no quintal [Rompenuvem era seu nome] correndo atrás de ladrão na madrugada, meu tio assustado matando um boi  - sem querer - com uma pedrada das grandes por ele ter entrado no quintal, e os dias em que iam assistir "faroeste espaguete" no cinema. Cinema de rua!
Acredito que o dia mais triste dos três e de minha vó foi quando decidiram vir embora para São Paulo, caprichos de meu avô, creio eu. São Paulo terra prometida, São Paulo de muitas identidades e de tantas desigualdades. Se não fora o dia mais triste naquele tempo, hoje o é. Hoje, quem os conhece não diz que não são das bandas de cá, já não resta nem o sotaque, principalmente na minha tia.
Penso nessas histórias, penso na infância de meu pai e me pego a imaginar na infância que minha irmã e eu, junto às minhas primas tivemos [Bárbara e Tuca]. Uma infância onde o que reinava eram as "brincadeiras populares" [amarelinha, esconde-esconde, pega-pega e tantas outras]. Nossa infância não fora assim cheia de liberdade porque fomos criadas em prédio, mas mesmo assim corríamos  por todos os cantos, organizávamos brincadeiras, inventávamos eventos [desfiles, danças, piqueniques], tirávamos fotos, éramos crianças alegres e descabeladas.
E hoje? Como é a infância da Malu e como será daqui para frente? Hoje a tecnologia tomou contas das brincadeiras populares, dos contos e dos causos. Ela reina com seus brinquedos eletrônicos, é hegemônica e tenta nos ludibriar com promessas de desenvolvimento cognitivo, toma total atenção de nossas crianças... que vivem a maior parte do tempo solitárias dentro de nossas casas, vivem presas... pálidas. Nós pais temos medo da violência, não existe relações, não existe trocas. Não existe catapora nem piolhos...Tudo isso é pavoroso, nossas crianças são de vidro. Elas não se sujam, elas não respiram, não deitam e rolam! Engordam baseados numa alimentação desregrada [vejam que o problema não é ser gordo, mais sim ser obeso e estar doente - Documentário - Muito além do Peso], alimentos industriais... e tudo isso se torna rotina, banal e está tudo bem. 
Desejo que a Malu, minha filha, viva, corra, pule, sue e grite que é feliz. Pode sujar a roupa, depois eu lavo! Pode ficar fedidinha, depois eu banho, pode ficar cansada, depois descansa.
Para isso, muita coisa precisa ser resgatada da minha infância, da infância de meu pai.
Precisamos parar e refletir!
Vamos ver fotos!
 Bagunça generalizadaaaaa!
 Jogando com o papai.
 Ela e seus livros.
 Adora brincar de boneca.
 Num dia de muito calor.
 Na biblioteca central de Osasco/ SP.
 Um tanto perua, quando ainda chupava chupeta, isso não pertence mais a ela, graças!
 Nossos bambolês!
 De braços abertos para a vida.
Nós no show do Pequeno Cidadão.
Hoje indico um curta para a gente pensar um pouco, chama-se "Menino Mofado".


Por Carol Araújo.


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